Hour of Journalism: Dança e fotografia compõem novo espetáculo

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Dança e fotografia compõem novo espetáculo

sobreVIVENTES estreia quinta, às 20h30min

Nesta quinta, 2 de dezembro, o espetáculo sobreVIVENTES estreia no palco do Teatro Pedro Parenti (Dr. Montaury, 1333), a partir das 20h30min. O projeto da Cia Municipal de Dança de Caxias do Sul foi desenvolvido ao longo do ano através de parcerias realizadas entre os fotógrafos Frank Jeske e Jorge Soledar, a coreógrafa Daggi Dornelles e os bailarinos da companhia.

O resultado começa a ser mostrado nessa semana, com a montagem cênica. Para o ano de 2011, o projeto poderá ser apresentado em diferentes espaços. Uma exposição de fotografias colhidas ao longo do processo de criação também está prevista. sobreVIVENTES tem entrada franca e os ingressos podem ser retirados na Casa da Cultura ou no Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho (Luiz Antunes, 312).

Hã?

O QUE? Espetáculo sobreVIVENTES

QUANDO? quinta, às 20h30min

ONDE? Teatro Pedro Parenti (Dr. Montaury, 1333)

QUANTO? Entrada franca

Foto: Divulgação

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Crônica da Semana

O Anjo da Guarda

Papai estava na cozinha assistindo televisão. Eu podia vê-lo por meio da fresta em que havia na porta de meu quarto. Era sempre assim. Mamãe vinha até mim por volta das nove da noite - e jamais passava disso - dava-me um beijo na testa e dizia: “Deus te abençoe, meu menino”. Ela sequer imaginava a dor que eu sentia quando me deixava só. Demorei muito tempo para convencê-la daquela fresta, aquela mesma de que falei a pouco, por onde tentava descobrir o que papai assistia.
Naquela noite, lembro-me do frio que fazia e do vento que batia na janela do meu quarto. Sabe aquele barulho perturbador que não deixa ninguém pregar os olhos por um instante? Era assim, horrível. Como eu poderia escutar o que o homem da TV estava falando para papai com aquele estrondo lá fora?
Em um instante, porém, pude ver mamãe se aproximando do sofá onde papai estava sentado. Ela chorava e carregava uma mala vermelha em sua mão esquerda. Papai nem ao menos a olhou. Ele continuou vidrado naquele homem que não parava de falar. Mamãe desapareceu de minha vista. A porta bateu tão forte que fez papai baixar a cabeça e fitar o olhar na direção de meu quarto. Alguns segundos depois, cá do meu lado ele estava.
– Pedro. Disse-me papai. – Não precisa ficar preocupado, estarei sempre aqui do seu lado.
Eu era tão jovem e tão inocente, não tinha sequer chance de descobrir o que tudo aquilo significava. Papai tentou me explicar.
– Mamãe precisou partir, ela fará uma longa viagem. Mas, lembre-se filho, todos nós temos a proteção do nosso anjinho da guarda. Ele está ao nosso lado sempre, em qualquer momento, seja ele de dificuldade ou de alegria. Mamãe seguiu seu caminho e eu permanecerei ao seu lado sempre que puder.
– Papai, papai.
– O que é meu filho?
Olhando por entre os vidros da janela de meu quarto, eu disse:– O anjinho da guarda da mamãe é aquele senhor de sobretudo preto que está esperando ela do outro lado da rua?

Por Cláudia Alessi

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